quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
O mal estar do PAIG
O PAI da G&C deveria apagar o C da designação, depois desta vergonhosa campanha, confundindo Partido com Estado, conduzida pelo bloguista de serviço, que agora vem reclamar os louros da alegada decisão política. Quanto ao Presidente de uma nação soberana, fica-lhe mal emprenhar pelos ouvidos e argumentar publicamente contra provocações oficiosas. Caso saia uma declaração formal de intolerância, como se sugere, será obviamente motivo suficiente para insistir em efectuar a visita e não para a adiar.
terça-feira, 15 de janeiro de 2019
Mentira, contradição e tiros nos pés
Domingos Simões Pereira emitiu a sua opinião quanto ao "caso" do resgate aos bancos. Começa logo aqui a contradição. Não é uma simples opinião. É para servir de defesa? Eventualmente, mas não só. É um contra-ataque: o cidadão não tem paciência para esperar pelo desenlace do caso no tribunal e desafia a justiça, fala em perseguição e arma-se em santo, esperando virar o bico ao prego e ainda retirar dividendos políticos.
Para além do blá-blá-blá, só há dois trechos de argumentação sobre o assunto:
Para além do blá-blá-blá, só há dois trechos de argumentação sobre o assunto:
"Primeiro é preciso clarificar que não houve nenhum resgate aos bancos. Houve sim uma operação em que os bancos com a carteira de créditos mal parados, mas com liquidez, solicitaram ao governo a compra dessa carteira de crédito com o dinheiro dos próprios bancos. Uma operação meramente contabilística para permitir aos bancos ganhar tempo na recuperação desses créditos e continuar a financiar a economia."
Onde está a mentira?
Por omissão. Quando DSP afirma que "solicitaram ao governo a compra dessa carteira de crédito com o dinheiro dos próprios bancos", esqueceu-se, muito convenientemente, de acrescentar que essa compra foi feita com a garantia do Estado. É fácil de entender a falácia: se os bancos estivessem realmente interessados em comprar esse crédito mal-parado com o seu próprio dinheiro, pura e simplesmente não precisavam de solicitar qualquer autorização. Trata-se precisamente do contrário. Ou seja, se os devedores recalcitrantes não cumprirem com as suas obrigações, e era esse "risco" (para não dizer certeza) de duvidosa cobrança que os bancos pretendiam acautelar, quem acaba por pagar é o Estado, a quem o BAO "cedeu a carteira de crédito" (sem depreciação... no mercado financeiro, "créditos" ilusórios deste tipo, chegam a ser vendidos por um décimo do seu valor nominal). Em última análise, houve uma transferência da responsabilidade de pagar, dos caloteiros para o Estado, o qual se sujeitou assim a financiar a irresponsabilidade, premiando a incompetência (contra a opinião das autoridades monetárias internacionais). Um verdadeiro resgate selectivo, à custa dos guineenses.
Onde está a contradição?
Não é possível defender, sem contradição, a necessidade de resgate por risco de falência e ao mesmo tempo que os mesmos bancos tinham liquidez para comprar a carteira de crédito mal parado (que era o próprio cancro que queriam curar). Não é possível defender que foi uma "operação meramente contabilística", e ao mesmo tempo que foi "com o dinheiro dos próprios bancos". Nunca houve dinheiro nenhum.
"Os promotores de tal investigação sabem e bem que, para além da clareza e transparência do processo, a operação não foi consumada no exercício do meu governo e nem teve a minha implicação direta."
Onde estão as mentiras? É tudo mentira. Das três asserções, não escapa uma.
Quando DSP afirma que "Para além da clareza e transparência do processo"... Ora a cláusula 9.1 do contrato estabelecia o segredo do processo, em violação, precisamente, do código de transparência, Lei nº 1 de 2015.
"a operação não foi consumada no exercício do meu governo"... Carlos Correia não passava de um testa de ferro: o governo era de DSP.
"e nem teve a minha participação directa." Pois, mas há um documento que prova o contrário, datado de 1 de Julho de 2015 e assinado por DSP, ainda como Primeiro-Ministro. Para quem subscreve em documento oficial que "damos o nosso pleno assentimento para a assinatura do correspondente contrato", é difícil de esconder o seu envolvimento directo.
Onde está a contradição?
A utilização do verbo "consumar" emprega-se para algo entendido como negativo, como um crime, por exemplo. O lapso é relevante e diz tudo: DSP sabia muito bem que se tratava de algo pouco edificante.
Conclusão
As mentiras e contradições patentes nesta infeliz tentativa de lavagem das mãos, denunciam a óbvia manipulação. Em suma, a "opinião" divulgada não passa de um verdadeiro tiro no pé: em vez de servir para ilibar o seu autor, serve apenas para o incriminar. Depois de um texto destes, nem seriam necessárias quaisquer provas para ser condenado. Como é possível confiar num pretenso líder que mente à boca cheia para iludir as suas responsabilidades?
"Os promotores de tal investigação sabem e bem que, para além da clareza e transparência do processo, a operação não foi consumada no exercício do meu governo e nem teve a minha implicação direta."
Onde estão as mentiras? É tudo mentira. Das três asserções, não escapa uma.
Quando DSP afirma que "Para além da clareza e transparência do processo"... Ora a cláusula 9.1 do contrato estabelecia o segredo do processo, em violação, precisamente, do código de transparência, Lei nº 1 de 2015.
"a operação não foi consumada no exercício do meu governo"... Carlos Correia não passava de um testa de ferro: o governo era de DSP.
"e nem teve a minha participação directa." Pois, mas há um documento que prova o contrário, datado de 1 de Julho de 2015 e assinado por DSP, ainda como Primeiro-Ministro. Para quem subscreve em documento oficial que "damos o nosso pleno assentimento para a assinatura do correspondente contrato", é difícil de esconder o seu envolvimento directo.
Onde está a contradição?
A utilização do verbo "consumar" emprega-se para algo entendido como negativo, como um crime, por exemplo. O lapso é relevante e diz tudo: DSP sabia muito bem que se tratava de algo pouco edificante.
Conclusão
As mentiras e contradições patentes nesta infeliz tentativa de lavagem das mãos, denunciam a óbvia manipulação. Em suma, a "opinião" divulgada não passa de um verdadeiro tiro no pé: em vez de servir para ilibar o seu autor, serve apenas para o incriminar. Depois de um texto destes, nem seriam necessárias quaisquer provas para ser condenado. Como é possível confiar num pretenso líder que mente à boca cheia para iludir as suas responsabilidades?
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